Acordo de cavalheiros
Na sessão da Congregação ocorrida em 29/5 o IFUSP deu um passo importante para acabar de vez com os resquícios da organização de cátedra da Universidade: institucionalizou o acordo de cavalheiros. Para quem não sabe, o acordo de cavalheiros é o mecanismo que possibilita a qualquer docente do IFUSP ministrar qualquer curso da unidade. Se não fosse assim, cada docente estaria limitado às siglas do departamento que faz parte. Eu, por exemplo, daria aulas apenas de disciplinas FNC. Para ministrar outras disciplinas precisaria de aprovação do departamento correspondente.Este acordo existe desde a criação do IFUSP, há quase 40 anos. Na época foi uma atitude de vanguarda e arrojada , permitindo um dinamismo impossível de se obter de outra forma. Poucas unidades da USP possibilitam esta flexibilidade didática. É importante para o docente, que pode se renovar a cada curso, sempre trazendo pontos de vistas diferentes para cada disciplina. É importante para o aluno, minimizando aulas com professores que têm visão focada em um só assunto e que oferecem o mesmo curso há muitos anos. É importante para a Instituição, porque assegura a unidade do ensino, dificultando o isolamento de um curso (ou grupo de cursos) do todo. Conseqüentemente, esta prática melhora a formação dos nossos alunos e a qualidade da pesquisa e extensão por nós realizadas.
Com a formalização do acordo, as disciplinas serão oferecidas com sigla única (FIS, ou qualquer outra), desvinculando-as completamente dos departamentos. Mais uma vez, o IFUSP se coloca na vanguarda do ensino, já que estruturas como estas estão sendo debatidas atualmente no âmbito universitário. Coisa que é da casa há quase quatro décadas. Acredito também, que esta unificação estimulará outro ponto importante na pauta do IFUSP há vários anos: as reformas curriculares do Bacharelado e Licenciatura.
Espero que o IFUSP não reveja esta decisão e que não seja impedido de implementá-la. Só temos a ganhar com ela.
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