A antimatéria mais pesada detectada

Experimento STAR detecta antialfas em colisões Au+Au

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Depois de exatamente cem anos da descoberta do núcleo atômico por Rutherford, bombardeando partículas alfa (núcleos de hélio-4) em átomos de ouro, o experimento STAR, localizado no RHIC, nos EUA, mediu, pela primeira vez, partículas de antialfa, a antimatéria correspondente da partícula alfa. Antimatéria teve sua existência prevista por Dirac no final da década de 1920 e, desde então, partículas de antimatéria têm sido observadas em vários experimentos, desde o pósitron, poucos anos depois dessa previsão, até núcleos de anti-hidrogênio, em meados de 1990. Antialfas correspondem às partículas de antimatéria mais pesadas já observadas pelo homem. Esse trabalho, que consta com a participação do nosso grupo de pesquisa, foi publicado nesse domingo na revista Nature.


Colisão Au+Au no experimento STAR. A linha em vermelho corresponde a uma antipartícula alfa.


A figura acima mostra um evento real medido pelo experimento STAR onde uma partícula de antialfa foi identificada (linha vermelha nessa figura). No total foram encontradas 18 dessas partículas (em meio a trilhões de outras partículas) em mais de um bilhão de colisões entre núcleos de ouro com velocidade de aproximadamente 99,995% da velocidade da luz.

Esse resultado surge em um momento conveniente. Esta previsto para essa semana a entrega do Alpha Magnetic Spectrometer (AMS) na estação espacial internacional. Esse detector tem, entre os seus objetivos, procurar antimatéria pesada no espaço. As medidas realizadas pelo STAR poderão ajudar a melhorar técnicas de detecção e previsões em taxas de observação dessas partículas no espaço. O trabalho publicado mostra que o mecanismo principal de produção de antimatéria é a coalescência de partículas mais leves. As taxas de produção seguem uma tendência exponencial bem definida e esperada para esse tipo de mecanismo, como mostra a figura abaixo. Se essa tendência se mantiver para elementos mais pesados, é provável que, com a tecnologia atual, não se observe, em laboratório, nada mais pesado que antialfas por um bom tempo.


Taxas de produção de matéria e antimatéria medidas pelo experimento STAR.
Alexandre Sunday 24 April 2011 at 7:47 pm | | Default

No comments

(optional field)
(optional field)
To prevent automated commentspam we require you to answer this silly question
Para previnir spam nesta página nós solicitamos que você responda a seguinte questão

Remember personal info?
Small print: All html tags except <b> and <i> will be removed from your comment. You can make links by just typing the url or mail-address.