Só um?

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Acabo de ler uma matéria no Jornal da Ciência de hoje, intitulada "Acelerador nacional será mais potente". Essa matéria foi veiculada originalmente no jornal Folha de SP do dia 14 de agosto. A imprecisão da matéria é tão grande que me questiono como um serviço da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) pode divulgar tal notícia sem verificação. No segundo parágrafo é escrito:

Pesquisadores brasileiros já estão trabalhando em protótipos para o segundo acelerador de partículas do país (e da América Latina)...

e, mais tarde, no terceiro parágrafo:

Diferentemente do acelerador do Cern (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear), os aceleradores brasileiros - o que já existe e o que deve ser construído - ...

Ou seja, a matéria trata do assunto como se existisse somente UM único acelerador de partículas no Brasil (e na América Latina)!!!! O que é o Pelletron (e futuro LINAC), do IFUSP? E o Microtron e LAMFI, também do IFUSP? E o Van de Graaff, da PUC/RJ? Isso somente para listar os que me vêm à cabeça, sem contar implantadores e outros pequenos aceleradores por ai. Será que pesquisa básica e aplicada que utilizam aceleradores de partículas só são realizadas no LNLS e eu não me dei conta ainda?

Atualização: Entrei em contato com o Jornal da Ciência e eles prontamente se dispuseram a corrigir esse equívoco. Assim que tiver mais notícias colocarei aqui.

Atualização: O Jornal da Ciência publicou na sua edição do dia 17/8 uma correção sobre esse assunto. O texto pode ser acessado aqui.

Alexandre | Monday 16 August 2010 at 5:47 pm | | Default | Two comments

Fim da dedicação exclusiva para bolsistas Capes e CNPq

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Capes e CNPq permitirão que seus bolsistas possuam outra fonte de renda (não pode acumular bolsas). Vem até um pouco tarde. Mas, antes tarde do que nunca. Cabem ao orientador e Comissões de Pós-graduação observarem se os planos de pesquisa e projetos estão sendo desenvolvidos pelo aluno. Se o bolsita tem capacidade de trabalhar e desenvolver sua pesquisa com competência, por que não? Segundo notícia no Estadão:

Portaria vai permitir que bolsistas matriculados em programas de pós que recebem fomento de agências possam receber remuneração de outras fontes. O documento foi assinado nesta quinta-feira, dia 15, pelos presidentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão.

A iniciativa atende a uma antiga reivindicação dos bolsistas. A partir de agora, eles vão poder exercer atividade remunerada, como serem professores no ensino de qualquer grau.

Os bolsistas não podem, por outro lado, acumular bolsas de outras agências públicas de fomento. Para conseguir receber complementação financeira, o bolsista deve pedir autorização a seu orientador. A autorização deve ser informada à coordenação do curso ou programa de pós.

Caso seja comprovado algum tipo de desrespeito às regras condições estabelecidas na portaria, o bolsista será obrigado a devolver a Capes ou CNPq os valores recebidos a título de bolsa.

Alexandre | Friday 16 July 2010 at 7:21 pm | | Default | Twelve comments

Redes sociais no IFUSP

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Recentemente o IFUSP lançou o site Produtividade Acadêmica, que coleta informações dos Currículos Lattes dos seus docentes periodicamente e faz uma análise colaborativa da produção registrada nesses currículos. Vale a pena olhar.

Um ponto interessante surge da análise das correlações entre os docentes do IFUSP. Essa análise cria uma matriz de colaborações entre os docentes, representada graficamente (ver abaixo, ou no site acima). Nota-se que há uma verdadeira rede de colaboradores no IFUSP. Essa rede extrapola as fronteiras dos departamentos. As áreas de atuação dos pesquisadores não são tão rígidas ao ponto de inviabilizar colaborações entre grupos de pesquisa diferentes. São poucos aqueles que nunca colaboraram efetivamente com um colega (alguns simplesmente pelo fato de estarem contratados há pouco tempo). Isso mostra, mais uma vez, a importância do trabalho em grupo na pesquisa em Física, tendência que vem se tornando cada vez mais evidente na medida em que a pesquisa na fronteira do conhecimento torna-se cada vez mais complexa. Áreas como física nuclear e de partículas, somente para citar as que estou mais familiarizado, dependem fortemente do trabalho colaborativo. Esse gráfico é limitado ao IFUSP. Imagino a complexidade dessa rede se pensarmos em trabalhos em colaborações com docentes de outras instituições no Brasil e exterior. Há estudos que sugerem ligações entre duas pessoas quaisquer no mundo através de poucos intermediários. Começo a pensar se o mesmo não ocorre em ciência.


Clique aqui para imagem em alta resolução

Alexandre | Friday 28 May 2010 at 9:10 pm | | Default | No comments

Violação de simetria de paridade em interações fortes

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter

Desde 2000 o acelerador RHIC (Relativistic Heavy Ion Collider), localizado no Laboratório Nacional de Brookhaven, vem realizando colisões entre íons-pesados a energias relativísticas com o intuito de estudar a matéria nuclear em condições extremas de temperatura, similares àquelas esperadas em instantes imediatamente após o Big-Bang, nos primórdios do Universo. Nessas situações extremas observa-se que a matéria não encontra-se confinada em hádrons, como atualmente, e sim em um estado no qual quarks e glúons se propagam quase que livremente. Esse estado, observado no RHIC, é denominado de Plasma de Quarks e Glúons e o seu estudo ajuda a entender a dinâmica do Universo na sua infância.

Recentemente a colaboração STAR (Solenoidal Tracker At RHIC), que conta com a participação de pesquisadores do IFUSP, publicou resultados nos quais se observa a quebra de simetria de paridade em interações fortes. A simetria de paridade ocorre quando a taxa de observação de um dado evento ocorre da mesma forma se observado diretamente ou através da sua reflexão especular. A análise dos dados obtidos sugere que no interior do plasma de quarks e glúons haja a formação de bolhas e que, nessas bolhas, a simetria de paridade não seja respeitada. Nos instantes iniciais da colisão entre íons relativísticos há a produção de campos magnéticos de extrema intensidade. Observa-se que quarks com carga positiva possuem preferência de emergir no mesmo sentido desses campos magnéticos enquanto quarks negativos preferem emergir no sentido oposto. Quando visto através de um espelho, essa preferência se inverte, indicando violação de paridade.

Todos os estudos anteriores, em energias mais baixas, confirmavam, com elevada precisão, a simetria de paridade em interações fortes. Essa observação, publicada pelo experimento STAR, é realmente intrigante. Essa quebra de simetria pode ter sido importante nos instantes iniciais de evolução do Universo, ajudando a explicar, por exemplo, a predominância de matéria sobre anti-matéria atualmente.

Mais informações podem ser obtidas na nota à imprensa do Laboratório Nacional de Brookhaven [1] ou no artigo submetido para publicação pela colaboração STAR [2].

[1] http://www.bnl.gov/bnlweb/pubaf/pr/PR_display.asp?prID=1073
[2] http://arxiv.org/abs/0909.1717

Alejandro Szanto de Toledo, Alexandre A. P. Suaide e Marcelo G. Munhoz
Grupo de Íons-Pesados Relativísticos do IFUSP

Alexandre | Thursday 08 April 2010 at 10:28 am | | Default | No comments

AdS/CFT e Juan Maldacena

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Juan Maldacena é um físico Argentino responsável pela criação da correspondência AdS/CFT que, em linhas gerais, estabelece uma relação entre teoria de supercordas e teoria quântica de campos sem gravitação. Nos últimos anos a correspondência AdS/CFT tem obtido relativo sucesso em calcular alguns observáveis no RHIC, concordando qualitativamente com alguns resultados experimentais. Acredito que esse será um tópico quente no LHC em um futuro próximo. Pesquisando na internet encontrei quatro aulas realizadas por Maldacena nesse assunto (~ 1.5 horas/aula) que valem a pena assistir.


As outras aulas estão na continuação desse post.

(more)

Alexandre | Sunday 21 March 2010 at 5:19 pm | | Default | No comments
Used tags: , ,

Nova web page

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Devido à atualização do software que gerencia esse blog, o template anterior deixou de funcionar. Aproveitei então para fazer uma grande faxina e reestruturação. Qualquer problema entre em contato. Aqueles que lêem esse site usando RSS ou ATOM, provavelmente terão que criar novos feeds.

XML: RSS Feed XML: Atom Feed

Alexandre Suaide

Alexandre | Thursday 11 March 2010 at 1:10 pm | | Default | One comment

Antimatéria estranha produzida no RHIC

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter


O experimento STAR (Solenoidal Tracker at RHIC), com participação de grupos da USP e UNICAMP, acaba de publicar evidências da criação de antimatéria estranha no RHIC. Esse trabalho, publicado na Science, consiste na medida de hipertrítios e anti-hipertrítios em colisões entre núcleos de ouro a energia de centro de massa de 200 GeV/nucleon. É a primeira observação de antimatéria estranha realizada. Essa observação abre novas perspectivas para o estudo da matéria nuclear, seus constituines e como se dá a formação de núcleos mais pesados. Permite também avançar no conhecimento dos elementos, tornando a tabela periódica mais complexa, na qual, além do número de prótons e nêutrons, é necessário organizar os elementos também pelo seu conteúdo de estranheza. O artigo pode ser obtido diretamente da revista Science, nesse link (necessita de acesso). Mais informações podem ser obtidas nessa nota de imprensa do Laboratório Nacional de Brookhaven ou na Agência FAPESP.

Alexandre | Friday 05 March 2010 at 10:22 am | | Default | No comments

Memórias de Sir Isaac Newton: a queda da maçã.

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
Vale dar uma olhada nas memórias de Sir Isaac Newton escritas por Willian Stukeley, recentemente disponibilizadas no site da Royal Society. Os links para essas memórias estão no post anterior desse blog. Nas páginas 42 e 44, Stukeley descreve a conversa que teve com Newton sobre o surgimento da sua teoria da gravitação, a famosa passagem da queda da maça. Clique nas imagens abaixo para ler o texto original,


cuja tradução pessoal mostro na continuação desse post.

(more)

Alexandre | Tuesday 19 January 2010 at 4:34 pm | | Default | No comments

Memórias de Sir Isaac Newton

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
A Royal Society disponibilizou em seu site as memórias, escritas por Willian Stukeley, da vida de Isaac Newton. Essas memórias foram escritas pouco após a morte de Newton e contém, dentre muitos, relatos originais acerca da teoria da gravitação. É um documento histórico de valor inestimável para a humanidade e pode ser acessado nesse endereço, ou diretamente nesse link.

Alexandre | Tuesday 19 January 2010 at 3:58 pm | | Default | No comments

Primeiros resultados do LHC já estão publicados

These icons link to social bookmarking sites where readers can share and discover new web pages.
  • Facebook
  • Google
  • Twitter
O LHC entrou em operação há poucas semanas. É bem verdade que poucas colisões foram realizadas e que a energia ainda é baixa, porém aumentando gradualmente. Contudo, há muitas medidas que podem ser efetuadas com poucos eventos nessa faixa de energia. O experimento ALICE publicou, no último dia 28, os primeiros resultados do LHC em colisões com energia de 900 GeV. A medida efetuada é de multiplicidade em rapidez central e os dados são comparados a resultados de experimentos anteriores, efetuados no SppS, do CERN. O artigo com esses resultados está disponível no arxiv.org. É claro que esses primeiros resultados estão longe de serem realmente excitantes, e de fornecerem informações realmente novas sobre colisões em energias ultra-relativísticas. Contudo, demonstram a capacidade do experimento em transformar dados brutos em informações com conteúdo físico em um curto intervalo de tempo.

Alexandre | Saturday 05 December 2009 at 9:28 pm | | Default | No comments