MeV. Alguns métodos de medidas foram discutidos anteriormente.
. Através de medidas de desintegrações nucleares, através da conservação da paridade e comparação com modelos teóricos, mostram que o dêuteron deve possuir função de onda par.
barns.
, onde
é o magneton nuclear.
, muito próximo ao valor para o dêuteron. Essa soma simples sugere que os spins do próton e nêutron devam, em primeira aproximação, estar alinhados e que o momento angular orbital entre eles seja muito pequeno,
. Contudo, a elevada precisão das medidas experimentais tornam essa soma incompatível com o valor medido. Vamos retomar isso mais a frente. Contudo, vamos usar que essa relação é aproximadamente satisfeita como ponto de partida.
a massa reduzida desse sistema, temos:
(1)
(2)
(3)
(4)
em (3) temos a seguinte equação:
(5)
. Definindo
, podemos escrever a equação (5) como:
(6)
(região I):
(7)
(região II):
(8)
e
. As soluções de (7) e (8), considerando que
são, respectivamente:
(9)
para a continuidade da função de onda e sua derivada, temos:
(10)
(11)
e
, obtemos que o valor da profundidade do poço de potencial é
MeV. Pode-se mostrar (exercício) que não existe outro estado ligado para o dêuteron com momento angular nulo. Nesse caso, pode-se inferir que em outros momentos angulares a situação torna-se pior por conta do potencial centrífugo que surge quando o momento angular não é nulo.
sozinho (ver início das notas) não consegue explicar o momento de dipolo magnético do dêuteron, apesar de fornecer um valor próximo. Pode-se argumentar que
seja diferente para o estado ligado desses nucleons mas esse estado também não consegue explicar o modelo de quadrupolo elétrico experimental do dêuteron. Assim, vamos tentar construir uma função de onda para o dêuteron através de uma mistura de estados de momento angular, impondo a restrição que o momento angular total observado para esse estado ligado é
. As possíveis combinações de momento angular e spin para
são:
(12)
e
(estados pares) ou
e
(paridade ímpar). Sabemos que o estado S pode explicar grande parte do momento de dipolo magnético. Assim, vamos explorar apenas a primeira combinação possível.
, que são harmônicos esféricos ou matrizes de Pauli para estados de spin 1/2. Contudo, sabemos que o estado do dêuteron é definido pela função de onda
. Assim, devemos escrever essa última como combinação de estados das outras. Além disso devemos considerar que o estado de spin do dêuteron consiste na soma do spin de dois nucleons. Para a combinação de estado S e D, temos que o spin total é sempre 1. Nesse caso, antes de encontrar a função de onda total com
vamos encontrar apenas a parte de spin. Nesse caso, queremos encontrar o estado de spin
. Para
, podemos ter três funções de onda distintas que correspondem a
. Em linhas gerais, usando o formalismo de somas de momento angular, podemos escrever que um estado de soma de spins é a soma de todos os estados possíveis de spins individuais, ponderados pelos coeficientes de Clebsh-Gordam correspondentes, ou seja:
(13)
só há uma combinação de soma possível, nesse caso:
(14)
:
(15)
e
, em analogia ao spin up e spin down. No caso do estado
, há duas possibilidades de combinação de spins. Nesse caso, consultanto tabelas de coeficientes de acoplamento de momento angular, podemos escrever que:
(16)
). O momento angular total pode ser obtido, para os estados
e
, acoplando os estados de momento angular orbital com as funções de onda de spin total.
a situação é bem simples. Como o momento de dipolo magnético é calculado na situação
, e como a onda com
não é degenerada, há apenas uma combinação possível. Assim:
(17)
, os únicos termos que contribuem para
compõem o seguinte estado:
(18)
(19)
(20)
vale:
(21)
, obtendo-se o resultado
(exercício). O momento de dipolo magnético experimental do dêuteron é
, intermediário entre os valores desses dois estados pares. Assim, podemos admitir que a função de onda do dêuteron é uma combinação desses dois estados, ou seja:
(22)
(23)
, chega-se ao resultado
e
.
ser bastante pequena. Isso terá consequências importantes no entendimento das forças nucleares. O dêuteron não é um estado de momento angular orbital único. Assim, momento angular orbital não é uma constante de movimento. Veremos o efeito disso a seguir.
e
não é capaz de explicar o momento de dipolo magnético do dêuteron.
. Dica: Obtenha a função de onda de spin para o estado
. Esse estado aparece quando se calcula esse valor esperado.
e
a partir do cálculo de momento de quadrupolo elétrico. Compare com o resultado obtido nessa aula.
Uma pequena correção: nas equações (14), (15), (16), (17) e (18), acho que o estado de spin up e down do neutron deveria ser escrito u_{n}, ao invés de u_{d} (índice “n” no lugar do índice “d”, que pode confundir com o próprio deuteron).
Caio Laganá (URL) - 24-04-’10 12:21
Oi Suaide, estou com uma dúvida: a equação (9) da função de onda do deuteron no poço finito é um seno, devido à escolha da condição de contorno u(0)=0 na equação (7). Entretanto, o seno é uma função ímpar, e a paridade do neutron é positiva. Como a parte de spin é simétrica (up,up) e o momento angular é zero, a função espacial não deveria ser um cosseno (que é par)? Acho que isso não mudaria a profundidade do poço na solução da equação (11), mas a forma da função de onda seria bastante diferente, pois em r=0 haveria um máximo, não um mínimo!
Caio Laganá (URL) - 24-04-’10 13:40
Olá Caio
Corrigi as equações. Foi uma distração em uma delas e uma sequência de copy/paste que propagou o erro.
Sobre o seu segundo comentário, a questão da função ímpar. Lembre-se que o seno é só o termo radial e não a função de onda completa. Veja a equação (12) na aula sobre paridade em http://sampa.if.usp.br/~suaide/blog/?e=1..
O operador paridade troca o vetor r por menos r. VETOR! Isso resulta na manutenção do módulo ®, e a parte radial não muda o sinal. Nesse caso a paridade vem da parte angular. Como o momento angular orbital é par (l=0) a função de onda é par.
Alexandre - 29-04-’10 14:22